terça-feira, 23 de junho de 2009

Björk -Joga Live-

Depois de uns dias sem atividades por ser final de período, eis que tento movimentar o blog mais comentado da internet. :)
Com a Björk não tem meio termo, ou ama ou odeia. Ela choca por ser exótica, por trabalhar totalmente contra a maré e por seus trabalhos terem uma opção clara de não agradar totalmente ao mainstream. Ela não quer aparecer bem vestida (vide o vestido de cisne na cerimônia do Oscar), não quer parecer boazinha quando não está bem (a porrada no repórter muitas vezes visualizada prova isso). Coloca em primeiro lugar o seu trabalho, tem uma ânsia em busca do novo e nisso mesmo os seus detratores têm que admitir: não existe nada parecido com o que a senhorita Bjork Guðmundsdóttir faz. Até mesmo na única vez que se dispôs a trabalhar como atriz, exigiu tanto de si mesma que ganhou a Palma de Ouro de Melhor Atriz em Cannes. E também conseguiu um inimigo de personalidade fortíssima como ela, o diretor Lars Von Trier.

Para Ouvir:
Com os Sugarcubes:
- Life's Too Good (1988)
Solo:
- Début (1993)
- Post (1995)
- Homogenic(1997)

Para Ver:

Dançando no Escuro (1990)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

A Coisa (Artigo do José Saramago publicado no jornal espanhol El Pais)

Não vejo que outro nome lhe poderia dar. Uma coisa perigosamente parecida a um ser humano, uma coisa que dá festas, organiza orgias e manda num país chamado Itália. Esta coisa, esta doença, este vírus ameaça ser a causa da morte moral do país de Verdi se um vómito profundo não conseguir arrancá-la da consciência dos italianos antes que o veneno acabe por corroer-lhes as veias e destroçar o coração de uma das mais ricas culturas europeias. Os valores básicos da convivência humana são espezinhados todos os dias pelas patas viscosas da coisa Berlusconi que, entre os seus múltiplos talentos, tem uma habilidade funambulesca para abusar das palavras, pervertendo-lhes a intenção e o sentido, como é o caso do Pólo da Liberdade, que assim se chama o partido com que assaltou o poder. Chamei delinquente a esta coisa e não me arrependo. Por razões de natureza semântica e social que outros poderão explicar melhor que eu, o termo delinquente tem em Itália uma carga negativa muito mais forte que em qualquer outro idioma falado na Europa. Foi para traduzir de forma clara e contundente o que penso da coisa Berlusconi que utilizei o termo na acepção que a língua de Dante lhe vem dando habitualmente, embora seja mais do que duvidoso que Dante o tenha utilizado alguma vez. Delinquência, no meu português, significa, de acordo com os dicionários e a prática corrente da comunicação, "acto de cometer delitos, desobedecer a leis ou a padrões morais". A definição assenta na coisa Berlusconi sem uma prega, sem uma ruga, a ponto de se parecer mais a uma segunda pele que à roupa que se põe em cima. Desde há anos que a coisa Berlusconi tem vindo a cometer delitos de variável mas sempre demonstrada gravidade. Além disso, não só tem desobedecido a leis como, pior ainda, as tem mandado fabricar para salvaguarda dos seus interesses públicos e particulares, de político, empresário e acompanhante de menores, e quanto aos padrões morais, nem vale a pena falar, não há quem não saiba em Itália e no mundo que a coisa Berlusconi há muito tempo que caiu na mais completa abjecção. Este é o primeiro-ministro italiano, esta é a coisa que o povo italiano por duas vezes elegeu para que lhe servisse de modelo, este é o caminho da ruína para onde estão a ser levados por arrastamento os valores que liberdade e dignidade impregnaram a música de Verdi e a acção política de Garibaldi, esses que fizeram da Itália do século XIX, durante a luta pela unificação, um guia espiritual da Europa e dos europeus. É isso que a coisa Berlusconi quer lançar para o caixote do lixo da História. Vão os italianos permiti-lo?

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Bruna Caram - Palavras do Coração

Não sei se os meus parcos leitores têm essa sensação,mas quando me deparo com alguma nova descoberta musical, dá uma alegria inominável. A gente vive tão cercado de porcarias, de música de baixíssima qualidade, que é como se a gente fugisse um pouco daquele mundo de preguiça musical e entrasse em uma dimensão de bom gosto e com idéias que se não são novas, pelo menos são usadas de forma competente e autoral. É o caso dessa menina que descobri hoje. Li pouco sobre, sei pouco também mas me chamou muito atenção. Espero que compartilhem comigo esse momento de descoberta. Eis Bruna Caram!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Wilco - Jesus, Etc (clip)

Dizem que clássicos demoram décadas para serem assim chamados. Talvez para percebemos a real importância daquele álbum, ou daquela música, tenhamos que ter o distanciamento temporal e vê-lo influenciando futuras gerações. Mas sim, existem exceções. Eis aqui uma música clássica de um álbum que já nasceu clássico - Yankee Hotel Foxtrot. Todo o processo complicado de gravação, a briga com a gravadora, confiança no material que tinham em mãos, tudo veio a contribuir para formar uma aura legendária sobre esse álbum. Chamam de alt-country (ou alt-folk, sei lá), eu prefiro não rotular, nem de perfeição, talvez, quem sabe, indispensável para se entender um pouco do rock que se faz por esse século. Rock de qualidade, com lirismo e integridade. Sim, isso ainda existe.


Para ouvir:

Yankee Hotel Foxtrot (2002)

Sky Blue Sky (2007)


Para ver:

I'm Trying To Break Your Heart: A Film By Wilco (2002) - Filme sobre as complicadas gravações do Yankee Hotel Foxtrot.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

buddy holly - dearest - 1969

Grande injustiça a partida trágica e prematura do Buddy Holly. Para quem não lembra da história, ele, junto com o Richie Valens e o Big Hopper, morreram num acidente aéreo em 3 de Fevereiro de 1959. Tal dia foi conhecido como "O Dia em que a Música Morreu" e inspirou o Don McLean a compor uma das músicas americanas mais conhecidas de todos os tempos: "American Pie".
Não gosto de conjecturar muito sobre futuros prováveis mas fico imaginando como seria o rock'n'roll se o Buddy ficasse bem mais tempo entre nós. Seria o Elvis ainda o rei do rock? Vai saber... Só nos basta admirar essa pérola pop que redescobri na trilha sonora de outro favorito da casa, o filme Juno.

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